Obscuro, pouco conhecido, espezinhado em guias de filmes, este Valerie é fascinante. Feito em 1957, por um diretor sem fama, Gerd Oswald, é uma pouco comum mistura de gêneros: western, tribunal, crime, mistério. E ainda tem a beleza faiscante de Anita Ekberg, três anos antes de seu estrondoso sucesso em La Dolce Vita, de Fellini.
Só pelo fato de ser um western que tem como protagonista uma mulher já seria uma raridade. Mas Valerie ainda tem um tom de crítica social, uma denúncia do preconceito contra estrangeiros no Velho Oeste americano, do moralismo hipócrita que leva toda uma pequena cidade a condenar antecipadamente uma mulher suspeita de infidelidade conjugal, e do endeusamento de um homem pelo fato de ele ser rico e poderoso.